A paciência de um artesão
Na Bahia, encontrei uma figura que faz arte
por Estela Cotes - 3 de agosto de 2009
Beleza e exclusividade
Foi justamente na Bahia, na península de Maraú – a 180 km de Salvador –, que conheci Manoel Paciência. Aliás, nunca vi um apelido caber tanto a alguém. Paciência tem a tranquilidade e o bom-humor típicos do baiano. O contato com o artesanato começou há apenas 14 anos, quando ele buscava saída para uma depressão.
Depois de algumas aula para aprender a lidar com os materiais que trabalha, já criava sozinho. Casca de coco (de todas as partes da árvores) e palha são os mais utilizados. De restos da natureza saem luminárias, abajures, camas, cadeiras... que além de contarem com o luxo de serem feitos à mão, um por um, carregam também a exclusividade. Dificilmente Paciência repete uma criação.
As referencias artísticas? “Não tenho não. A coisa vem na cabeça e eu faço”, explica no

Expandindo seus saberes
O melhor foi saber que Paciência está contribuindo para a continuação dessa tradição, mais do que justamente classificada como arte. Hoje são oito pessoas produzindo a seu lado, algumas senhoras formadas em um curso voltado para a terceira idade. Em breve, o artesão dará suas aulas para um grupo de deficientes mentais ali da região.
Na alta temporada, chega a vender 50 peças por mês para ingleses e italianos, na maioria. “Outro dia recebi um e-mail de uma mulher que viu uma peça minha na casa de uma amiga na Europa e fez questão de escrever para contar como ficou emocionada.” A história dele é apenas um exemplo dos muitos talentos escondidos no litoral ou no interior. Reconhecer o que o Brasil tem de genuíno nunca é demais para quem aprecia cultura.
*As fotos foram gentilmente cedidas por Cris Berger.

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